sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Canções para um Paraná em greve: carnaval mais que mascarado

João de Carvalho

Professores em Curitiba. (não encontrei o crédito da foto)

Fevereiro tá quase acabando e só agora faço a primeira postagem do ano.
Antes fosse um problema de protelação só meu, mas parece-me que por aqui as coisas só começam mesmo depois do carnaval... mas na real não, elas sempre se engendram de muito antes. Mas acho que é mesmo no carnaval, quando os indivíduos trocam as fantasias, que podemos ver com mais clareza algumas máscaras caírem. Não à toa, fevereiro do ano passado pintou de laranja nossas almas quando os garis do Rio ergueram seus punhos. Mas desta vez, sintomaticamente, a mídia televisiva tem dado muito pouca importância para a greve dos servidores do Paraná, mas por aqui tá um paranauê danado!

Os professores foram os que puxaram o coro dos contrários dentro deste estado que reelegeu seu governador logo no primeiro turno. Na ocupação da ALEP conseguiram impedir que votassem o “pacotão de maldades” proposto pelo tucano. Mas não são só os professores que estão em greve, o estado inteiro está parado, já são mais de seis greves acontecendo, e na entrevista mais que maquiada dada à imprensa, o Pinóquio, dando mostra de já ter matado seu grilo faz tempo, ainda quer dizer que faltou compreensão dos funcionários... que já havia dado aumento de 60% para a classe... aaaaah! Beto Richa é o puro creme do migué, mas ainda é só o chorume que escorre de um saco de lixo no centro de nossa sala.

Bem, fui chamado para tocar na recepção dos estudantes da UEL, no que seria o primeiro dia de aula da universidade em que me formei, na qual ainda estudo, e na qual sou professor. Acordei segunda pela manhã e fui correndo pra Universidade, durante o caminho fui cantarolando o repertório que eu havia ensaiado para este dia e pensando no significado de tudo isso. Cheguei no ginásio de Educação Física, local da primeira Manifestança (como foi batizado o evento de recepção promovido pelos professores em greve), com a calça cheia de carrapicho devido ao mato alto da UEL. Os estudantes (naquele momento haviam poucos, mas concentrados e comprometidos com a energia de resistência e transformação que o momento pede) tiveram que se sentar em tecidos espalhados pelo chão, devido à sujeira que se encontra a universidade.

Acho oportuno comentar o repertório que toquei neste dia, como um registro desse vento que soa por aqui. Peço licença para comentar sobre meu próprio trabalho, sobre minhas canções, em uma atitude um pouco suspeita. Não estou buscando confetes sobre meu trabalho de cancionista, vocês podem não gostar, inclusive... normal. Minha maior intenção é ajudar a roer um pouco algumas fantasias, e quem sabe, poder rasgar um pouco mais do saco de lixo da nossa sala. Para isso vou fazer um breve comentário sobre cada uma das canções que toquei, colocar a letra, e alguma referência audiovisual. Me segue na escuta?

A primeira canção que toquei chama-se Revolver a Terra, onde cito a canção Volver à los 17, de Violeta Parra. A canção da Violeta é uma obra prima que traz a fantástica imagem de uma revolução que se enreda como uma hera no muro, um musguinho na pedra! Eu cheguei na UEL quando tinha 17 anos, e cantar essa canção para jovens que acabam de sair do Ensino Médio foi altamente simbólico. Foi mágico, como diria o Morin. Não tenho gravação da minha canção, mas vocês estarão melhor acompanhados com a Violeta...

Revolver a Terra (J.C.)
o sêmen, a semente, a terra, fecundam o tempo
a noite, sob o solo da lua a luz vai cantando
húmus humanos, putrefos hermanos
hera herbarium no muro
musguinho pedra caminho
minhoca cavuca o chão

voltar aos 17, depois de viver um século,
é como decifrar signos, sem ser sábio competente
voltar a ser simplesmente, tão sábio como um segundo
voltar a sentir prufundo, como um ninhõ frente a deus
isso é o que sinto, nesse instante profundo

se vá enredando, enredando, como no muro a hera
e vá brotando, brotando, como o musguinho na pedra
como um musguinho na pedra, ai sim, sim, sim!”

são sempre sorrateiras as vidas que eclodem nos cantos
os ratos, as baratas, as lesmas, formigam o tempo
húmus humanos, putrefos hermanos
hera herbarium no muro
musguinho pedra caminho
minhoca cavuca o chão



A segunda canção que cantei foi uma que chamo de Vai o Vil. Se trata de mais uma releitura/diálogo, dessa vez com a canção andina El Condor Passa. A obra original, da qual aproveito a melodia, trata dos incas trabalhadores escravos na mineração do Peru. Eu escrevi um poema, que depois se adequou à melodia andina, ao ver, na época da mobilização sobre a construção da usina de Belo Monte, a imagem de um índiozinho Guarani-Kaiowá chorando. No fundo o clamor final, “não é seu filho quem chora”, tem o mesmo germe do conflito que se instala agora aqui no PR. É claro que a tal austeridade pesa muito mais nas costas do trabalhador comum do que no cotidiano da casta palaciana de nosso estado. Também não possuo gravação desta canção, então deixo vocês com a letra que cantei e com o áudio da versão de Paul Simon para o tema, também uma recriação livre.

Vai o Vil (J.C.)
vai o vil
metal matar
encher o rio
liquidar a vida aflita
nos olhos dos outros
é refresco
a partida, afinal
não é seu filho quem grita,
nem aos seus, o que é sagrado
não é seu deus que agora morre
afogado.



A terceira obra que apresentei foi uma recriação de duas canções, o negro spiritual No More Auction Block For Me e o 'hino' Blowing the Wind, de Bob Dylan. Já durante as manifestações de junho de 2013 eu havia comentado sobre estas canções aqui noblog.

Não Mais
Não mais leilão de mim, não mais, nunca mais
não mais leilão de mim, foram tantos...

Não mais chicote do capitão do mato,
não mais acoites, foram tantos...
Não mais estala em minhas costas a dor
não mais o sal nos cortes, foram tantos...



Quantas ruas
Quantas ruas um homem tem que parar
antes que o chamem de homem?
Quantos mares as pombas devem riscar
antes que pousem e repousem?
Quantas bombas do céu devem cair
antes que matem a fome?
A resposta, meus caros,
ela vem com o vento
e faz do tempo seu invento.



Durante as manifestações que antecederam a Copa do Mundo do ano passado, passou por mim uma canção que batizei de Dragões. A imagem de São Jorge – Ogum – é evocada neste canto. Um canto para manter na memória que “a luta não é brincadeira”, e que no saco podre que escorre chorume no centro de nossa sala tem muito mais coisa do que só a excrescência de um único partido. O trecho inicial da canção, seu refrão, é uma nota de facebook do também professor da UEL, Betto De La Santa, que quando eu li já li cantando... essa tem uma gravaçãozinha caseira... escuta só:

Dragões (Betto de la Santa / João de Carvalho)
Morreu um cinegrafista
morreu um camelô
morreram operários
na copa houve luta
e nós vamos lembrar

será que o rojão partiu do lado de cá?
quem rachou a rua em partes o circo quer armar
diabo é o que separa
raiz de todo o mal
o bode, o bonde, a cabra ensanguentada do Cabral
não me iludo, a luta não é brincadeira
a morte é coisa séria e certeira
esperança não se finda quando o corpo cai no chão
mas não dá pra esperar pra ver o fim da equação
achar que é exagero
taxar de vandalismo
é chamar raso barranco esse baita desse abismo
mas não vão nos calar

bufando fogo
na ação do aço
no caminho da justiça

ô, Sâo Jorge o dragão tem
cargo público e mansão
ô, São Jorge o dragão tem tem
cassetete na mão


Depois da Copa tiveram as eleições, e o clima esquentou geral! Compus nesse período uma canção chamada “O Que lhe Serve”, e esta foi a quinta canção que toquei naquela manhã de segunda feira. No meio eu cito Maiakóvski, na versão de Augusto de Campos. No poema, o poeta russo coloca o sol em seu lugar. É um poema inspiradíssimo e inspirador, composto por um sujeito solar e sensível, comprometido com a educação dos cinco sentidos! Essa eu não tenho registro nenhum. Mas vou postar a letra... é um rap, se você arriscar ler em voz alta é capaz de ficar bom ;)

O que lhe serve? (J.C.)
sim senhora agora lá fora o sol apavora
embora a gente que caminha a qualquer hora
juba de leão que sem sol embolora
sabe que em frente ao medo, de front ao front,
afronte e enfrente, uma bica de água fresca
está sedenta pra nos beijar
a mente mente o tempo todo
raio de luz na lente acende o fogo
oásis se formam a ilusão, é, ela faz parte do jogo
a rima mina a mina e contamina a lógica
o lábio da menina linda lendo embaralha a ordem cronológica
febril, subo mais um monte, o horizonte
ideia à mil, opressor céu azul de anil
nenhuma nuvem pra aliviá, sei que vou chegar
vermelho
e o espelho me diz:
tú é um aprendiz
aprendiz de feiticeiro, faceiro, vai
lava o teu rosto na pia do banheiro
que só o sangue corando a face anima a vida
mas cuida do disfarce, acerta o look,
que tudo é fake, tudo é fase, e a opinião é só uma onda no facebook
livro das caras a coragem que ladra não morde
as pedras que rolam
vira lama, vira terra, vira flor
e não pensam na sorte.

Vamos, poeta,
cantar,
luzir
no lixo cinza do universo.
Eu verterei o meu sol
e você o seu
com seus versos.
O muro das sombras,
prisão das trevas,
desaba sob o obus
dos nossos sóis de duas bocas.
Confusão de poesia e luz,
chamas por toda a parte.
Se o sol se cansa
e a noite lenta
quer ir pra cama,
marmota sonolenta,
eu, de repente,
inflamo a minha flama
e o dia fulge novamente.
Brilhar para sempre,
brilhar como um farol,
brilhar com brilho eterno,
Gente é pra brilhar
que tudo o mais vá prá o inferno,
este é o meu slogan
e o do sol.” (maiakovski)

e vem a flor fluir no ar, flagrou o flow? fugaz
a brisa entra, anoiteceu mas não esfriou,
um clã de gatos no quintal, atrás dos ratos, coisa e tal,
mas a empreitada não vingou
eu sei, e você sabe, que a solidão não cabe
num link que se clica, numa página que se abre
botar o pé na rua, dar um salve pra lua
vou na fé que descomplica, explica-me o sabre
e os perigos das vias, das vidas vadias, das vidas vazias
minhas sombrias, minhas alegrias, sei que nunca é tarde
pro sonho
que pode ser medonho ou vir sem provocar alarde
a história não tem fim, nem cabeça ou pé
só quem sonha acordado tá ligado, né?!
O olho vê a via láctea, enquanto mama um cafuné
a viagem é intergaláctica, deu insônia na geral,
bandidagem tá feliz, por um triz, passou mal
vem no vento, inventa na janela e a roupa seca no varal
mas sossega irmão, que o sono do patrão também é leve
pensamento lá na frente pra que o padrão se eleve
lua cheia no poente, o sol já vai surgir
a vida é linda mas é breve
escreve, escrevo, escriba não só grafa greve
escolhe o que escuta e grava aquilo o que lhe serve.

Essa foi a última canção que compus no ano passado, e a passagem final faz referência ao clássico poema do Augusto de Campos, Greve, onde apresento uma espécie de personagem contemporâneo, inspirado no hip-hop, que não se adéqua aos programas e leituras de uma “esquerda mais tradicional”. Acontece que o ano se iniciou como eu relatei no início deste texto, e me vi obrigado a “refazer” meu jogo de rima (greve, serve), invertendo o sentido que propus com O Que lhe Serve. O mote de Passa Reto, Beto Richa elaborei durante a primeira passeata de repúdio ao pacote proposto por Richa, aqui em Londrina, enquanto caminhava com meus filhos e escutava buzinadas de carros de luxo, no centro da cidade.

Passa Reto, Beto Richa (João de Carvalho)
É richa,
se espicha,
passa reto,
Beto Richa!

acha que o povo não se licha?
capricha
no pacote do palácio
é fácil
montar na motoca e passear relaxa, né?
se acha! tá louco!
Paraná vai parar e eu acho pouco!
cê acha? tô louco!
Paraná vai para e vai ser pouco!

É richa,
se espicha,
passa reto,
Beto Richa!

não joga a educação no lixo
que nóiz
na rua é que nem bixo
feroz
pique montado num elefante, Ganesh, né?
um flash. tá certo!
Paranauê no Paraná, eu tô esperto.
vê se se mexe! tá perto!
Paranauê no Paraná pra tá liberto.
Ei, Beto
nada agora lhe serve
a não ser a palavra greve!



Depois dessa canção (foi por causa dela que me chamaram pra tocar na recepção aos estudantes), apresentei pela primeira vez, ainda lendo a letra que eu não sabia de cor, a canção Mais que Mascarado, que comecei a esboçar durante o carnaval deste ano. E, enquanto nosso governador passeava em seu recesso, fingindo-se de morto, professores acampavam na Assembleia Legislativa do Paraná. Outro professor da UEL, Sílvio Demétrio, escreveu um texto muito lúcido sobre cavalos e governantes. Vale a pena ler aqui. A canção é inspirada na versão da Nina Simone para Sinnerman, e a gravação é provisória (desafinada e com erros de dicção, inclusive), e contou com um time composto só por grevistas (alunos e professores da UEL) para fazer um registro ainda na segunda do dia 23. Nesse sentido é uma canção de apoio à greve sim, como foi compartilhada por alguns amigos, mas não só. A questão central da escravidão vinculada à geografia das cidades não está na pauta da vez no Paraná. Nem a regulamentação da mídia. Muito menos uma reinvenção dos nossos hábitos cotidianos que são insustentáveis. Mas estão sim, dentro do saco de lixo do qual escorre o chorume da vez.

Mais que Mascarado (J. C.)

Ah pecador
cuidado com os cavalos
esses que só se movem em L
não são livres
e trabalham para o rei...

Liberta-te borboleta
desse sonhador
confuso...

A vida passa pelo vidro
comprimido do seu banco vê o show
e tudo passa tão ligeiro
passageiro quando viu trem já chegou
e tem um trecho do caminho
que a pessoa ainda tem que ir à pé
nunca é bom estar sozinho
não tem jeito a gente vai na fé
só pensa em chegar em casa
tomar banho comer algo e relaxar
mas sabe que à esta altura
relax mesmo é na cama desmontar
no outro dia a casca é dura
tem que encarar a cara feia do patrão
as distâncias da cidade
são estratégias pra esconder a escravidão.

Meu caro, o transporte é caro
caro para caralho
vampiro no motor do carro
estaca colar de alho
tranca o caminho do pobre que rala
em frete à TV no sofá da sala.

E a peregrinação continua
sangrando no rio
fervendo no mar
sei lá...

Cê sabe, a vida é uma só
cada um cuida da sua e fechô
todos dando o seu melhor
e entupindo com algo mais a sua dor
mais um dia de trabalho
e tamo num tabuleiro de xadrez
o ponteiro tá girando
e esse jogo necessita lucidez
existem possibilidades
algumas nos levam ao bem outras nem pá
mas a pergunta mais difícil
de responder é quem sou eu nesse lugar
dessas peças tão pequenas
não sou peão não o bispo e nem o rei
eu tô mais pra um palhaço
que chegou para chutar a sua lei.

Meu truta, o transporte é treta
então vou de bicicleta
nem casa e nem lambreta
esporte pique de atleta
tirando uma onda com a brisa na cara
pedala, pedala, pedala, não para.

Mas pro plano tá completo
outros dados ainda faltam na equação
ninguém sobe solitário
e o meu clã é a tormenta do dragão
desses que apavoram a lua
dos poetas que habitam a Babilon
é que no meio dos felizes
tem sempre um coro que come fora do tom
não precisa ser vidente
para ver o que irá acontecer
se você não rompe o ciclo
uma hora o ciclo rompe com você
na tenção o clima é quente
prest'enção há uma multidão ali na frente
mente descaradamente
a lente oficial e ôcê tão crente.

Mano, o transporte é um cano
apontado pra sua amada
PM tá preparada
inspirada pra dá porrada
cara cairá a máscara do
cidadão de bem mais que mascarado.



As duas últimas canções que cantei na primeira Manifestança são canções tradicionais, o que permitiu arriscarmos um coro que ficou bonito. A penúltima eu conheci com meu amigo/aluno Rafael de Barros, pois faz parte de seu espetáculo de palhaço chamado El General. Se trata de Bella Ciao, uma canção italiana cantada no mundo inteiro como um hino contra o fascismo. Na Grécia cantaram esta canção quando o SYRIZA, partido de extrema esquerda que ganhou a disputa presidencial, uma resposta ao desgoverno que tentou vir com esse papo de austeridade pra cima dos gregos. A canção, na versão que ficou conhecia durante a Segunda Guerra Mundial, conta de um guerrilheiro se despedindo de sua mulher, disposto a sacrificar a própria vida para garantir a liberdade dos seus.

Bella Ciao
Una mattina mi son svegliato,
o bella, ciao! bella, ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
Una mattina mi son svegliato,
ed ho trovato l'invasor.

O partigiano, portami via,
o bella, ciao! bella, ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
O partigiano, portami via,
ché mi sento di morir.

E se io muoio da partigiano,
o bella, ciao! bella, ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
E se io muoio da partigiano,
tu mi devi seppellir.

E seppellire lassù in montagna,
o bella, ciao! bella, ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
E seppellire lassù in montagna,
sotto l'ombra di un bel fior.

E le genti che passeranno,
o bella, ciao! bella, ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
E le genti che passeranno,
Mi diranno «Che bel fior!»

«È questo il fiore del partigiano»,
o bella, ciao! bella, ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
«È questo il fiore del partigiano,
morto per la libertà!



E a pra terminar, depois deste passeio por cantos revolucionários do mundo, chamei meu mano Caetano Zaganini, do grupo Osso e Dente (também composto por ex. estudantes da UEL), pra cantar comigo uma cançãozinha infantil. Peixinhos do Mar. Lembrei do texto do Betto de La Santa onde ele coloca esta situação do Paraná em perspectiva global e resgata o significado da expressão “paraná”, que seria braço de mar. Faz um tempo já que entoo esta canção como uma espécie de hino pirata com meus filhos.

Peixinhos do Mar
Quem te ensinou a nadar?
Quem te ensinou a nadar?
Quem te ensinou a nadar foi, foi, marinheiro,
foi os peixinhos do mar.

Ei nóiz,
que viemos de outras terras, de outro mar
temos pólvora, chumbo e bala
nós queremos é guerrear!


Bem, depois da minha participação teve uma super apresentação do grupo Osso e Dente, com canções extremamente alinhadas com o presente momento. O Caetano tá em Curitiba acampado de novo e a greve continua! As atividades continuam intensas aqui também, e domingo terá uma edição especial do Quizomba em apoio às greves do estado. Que a consciência coletiva possa se dar conta do tamanho do saco de lixo que temos em nossa sala, e que nos livremos dele logo, pois o ponteiro tá girando e só limpar o chorume não resolverá nosso problema.